Gauchismo e Socialismo

Pela falta de uma grande corrente de pensamento em vigor na humanidade, tornou-se corriqueiro o debate sobre o ‘fim das ideologias’. Em alguns artigos existem intelectuais que confundem o fim das ideologias com a impossibilidade de nascer outras.

Um fenômeno de fácil observação é que atualmente as ideologias estão realmente muito fracas, os partidos políticos não possuem o vigor discursivo de antes, os movimentos sociais se restringiram a poucos eventos, e o consumismo chegou a um grau considerável de satisfação e de preenchimento de expectativas. Em fim, não se pode dizer que hoje em dia possuímos o mesmo vigor ideológico de outros tempos.

O Socialismo ainda ocupa lugar importante para as pessoas que buscam uma alternativa ao ‘americanismo’. Embora efetivamente essa ideologia tenha sido vencida pelo capital, ainda existe de forma precária em alguns círculos sociais. Alguns de seus adeptos, comumente e ironicamente, utilizam tênis ‘ALL STAR’ e escutam Rock and Roll, ou seja, são o sonho de todo sistema dominador vigente, e pesadelo de todo revolucionário que se presta, pois cultivam e se utilizam das instancias do opositor, corroborando com esse.

Contudo esses restígios precários de socialismo que ainda existe, só pode ser pela falta de outra ideologia mais atualizada. Uma vez que não existe outra alternativa ao ‘americanismo’ as pessoas, que não querem compartilhar do sistema vigente, procuram preencher suas expectativas com outras opções, no caso o marxismo.

A par dessas considerações, acredito que o gauchismo, evoluindo em suas elaborações teóricas, poderá servir de cabedal ideológico atualizado para muitas pessoas no Rio Grande e fora dele. Será necessário mais um tempo de construção, um amadurecimento e preenchimento de mais algumas categorias para se consagrar como alternativa viável ao “americanismo’.

Autor: Celso Garcia, graduando de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). 15-10-07