A Questão Separatista

Quando se fala da questão separatista as pessoas (principalmente as que possuem uma posição de destaque) ficam reticentes em falar sua verdadeira opinião sobre o assunto, até porque é mais fácil falar simplesmente que é contra. A minha opinião sobre o assunto é mais complexa do que ‘sim’ ou ‘não’. E por impossível que possa parecer é mais bairrista que a própria opinião separatista. Ora, minha resposta é a seguinte: não sou contra e nem a favor do separatismo, sou pelo Rio Grande. Para mim os gaúchos devem refletir sobre o que é melhor para o Rio Grande, independente de pró ou contra o separatismo. não se pode simplesmente dizer que é separatista sem argumentos para defender a opinião que demonstrem onde o Rio Grande está sendo prejudicado com a federação e porque seria melhor ser independente .


O mérito de certo ou errado dos argumentos não nos cabe aqui discutir, pois cada um é livre para crer no que quiser. Também não se pode dizer simplesmente que se é contra o separatismo, como muitos tradicionalistas tem dito por aí. Pois um gaúcho que é incondicionalmente anti-separatista mesmo que isso prejudique o Rio Grande não é gaúcho de verdade.

Quanto a minha opinião sobre o assunto, penso que hoje é suficiente acreditar na idéia de um pacto federativo mais justo, que respeite as diferenças regionais, que não imponha culturas umas sobre as outras, mas promova um intercambio saudável; Um pacto que não trave o crescimento de quem quer crescer. Pois acredito que trocar o mercado da federação brasileira de quase 200 milhões de consumidores, pelo mercado gaúcho de pouco mais de 10 milhões de pessoas não seria conveniente. O Rio Grande deve estabelecer diretrizes e objetivos de luta por um pacto federativo mais justo que defenda sua cultura ao mesmo tempo que mantenha essa relação comercial.

Concluímos reafirmando que os gaúchos deveriam ser pelo Rio Grande, colocar a pátria gaúcha acima da questão separatista, independente de opinião favorável ou contrária e reivindicar aquilo que é melhor para seu povo, sem, contudo, prejudicar os outros.
Neste diário utilizamos textos dos movimentos separatistas, por possuírem argumentos sociológicos, antropológicos e políticos independente da contundência de seus argumentos. Não estamos interessados em fazer juízos de valor sobre nenhum assunto. Disponibilizaremos postagens sobre a questão gauchista com foco para política, antropologia e sociologia independente se seu conteúdo, alguns textos serão melhores, outros mais fracos, mas todos com seu valor. E só não serão dispostos os textos que se manifestem contra os fundamentos do movimento tradicionalista, pois isso seria contraditório a tudo aquilo que acreditamos. De resto tudo pode ser debatido, desde a indumentária, até o separatismo, desde as origens do gaúcho até suas modificações.

Autor: Celso Garcia, graduando de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).